10º poema da semana | 18abr2012

 

A Serra elétrica das cigarras parou.
Tão de repente que o dia,
que ela partia em dois,
num estalo deitou ao chão suas metades.
Ficou só esta poça de silêncio,
indiferente,
e um tremor de alfinetes ardendo
dentro da caixa
de onde se abre o quem.

*Claudia Roquette-Pinto_1963-_Corola_2000