146º Poema da Semana | 16jun2015

Persistência

O eco de tua voz
me nutre de sobrevida
sonho maçãs se te penso
e outras mitologias
metaforizadas
a casa não mais existe
e tua imagem persiste
o amor, amiga, carrega
tanto peso nas entranhas?

Vago perdido, sem bússola,
ao sabor da ampulheta
no rio fatal da vida.
E na fronteira do cerco
alheio ao jogo do mundo
além da minha circunstância,
lembro teus olhos de água
carregados de presságios
e não sei se fico ou se fujo.
No limite,
me encaramujo.

*Domício Proença Filho_1936-_O risco do jogo: poemas_2013