Aprendiz
Morrer,
morri umas quinze vezes.
E se ainda estou vivo
não é porque sou como os gatos.
Um campo de dores
farpado
se espalha após cada morte.
Mas tudo
é aprendizado:
o sol se levanta?,
volto a me levantar atrás dele.
Mesmo que haja falhas
química, elétricas
no corpo
sempre que morro
o motor volta a dar partida –
um ventilador renasce
lança brisa sobre o campo
enxuga as dores.
Às vezes
hélice ou asa
me leva para o alto de amores.
*Ruy Proença_1957-_Visão do térreo_2007