Estrangeiro
O café tomado na esquina
– meio de lado
a ponto de observar
a manhã que reproduz
e se mistura
em pernas rápidas
O café pago no caixa
– troco, obrigado, cigarro na boca
de mais uma manhã
mais uma manhã
trocando olhares
medindo gestos
– somos todos estrangeiros
nesta cidade
neste corpo que acorda
*Heitor Ferraz Mello_1964-_A Mesma Noite_1997